O Impacto das Profissões no Desenvolvimento da Demência: Um Estudo Inovador
Um estudo recente publicado na prestigiosa revista científica The Lancet revelou que certas ocupações podem estar associadas a um maior risco de desenvolvimento de demência à medida que envelhecemos. Este estudo inovador identificou cinco profissões que apresentam o maior risco de comprometimento cognitivo a longo prazo: vendedores, auxiliares de enfermagem, cuidadores, agricultores e pecuaristas.
Os pesquisadores examinaram dados de 7.005 indivíduos com mais de 70 anos. O objetivo era entender a quantidade de atividade física necessária em suas ocupações e como isso afetava sua memória ao envelhecer.
Os resultados do estudo foram fascinantes. Descobriu-se que o risco de problemas cognitivos não é igual em todas as ocupações fisicamente exigentes. Aqueles em cargos que inicialmente exigem esforço físico, mas se tornam menos extenuantes com o tempo, ainda apresentavam um risco maior de demência em comparação com aqueles em funções sem demandas físicas. No entanto, esse risco era menor do que o dos indivíduos em empregos que exigiam esforço físico constante.
Curiosamente, os empregos considerados intermediários – nem muito fisicamente exigentes nem muito fáceis – apresentaram um menor risco de desenvolvimento de problemas cognitivos. Isso sugere que um nível equilibrado de atividade física no trabalho pode ser benéfico a longo prazo.
Os autores do estudo escrevem: “As maiores demandas físicas ocupacionais na idade adulta avançada já foram associadas ao menor volume do hipocampo e ao pior desempenho da memória. Da mesma forma, os indivíduos que trabalham em empregos fisicamente perigosos ou com altas demandas de trabalho – psicológicas ou físicas – combinadas com baixo controle no trabalho têm sido descobriu-se que o desempenho é pior em testes cognitivos em idades mais avançadas”.
Este estudo fornece uma visão valiosa sobre a relação entre ocupação e demência, destacando a importância de considerar as demandas físicas e mentais do trabalho ao avaliar o risco de demência.