Por O mistério da nota de R$ 200: Para onde ela foi e por que não circula no cotidiano brasileiro
Há três anos, o Banco Central anunciou a criação da cédula de R$ 200, com a justificativa de facilitar o pagamento do auxílio emergencial e lidar com a escassez de papel-moeda durante a pandemia. No entanto, dados recentes revelam que a nota ainda não conquistou seu lugar no dia a dia dos brasileiros.
A Circulação Atual da Nota de R$ 200
De acordo com estatísticas do Banco Central, apenas 132 milhões de cédulas de R$ 200 estão em circulação, representando menos do que as notas de R$ 1, aposentadas em 2005. Em comparação, as notas de R$ 50 e R$ 100 circulam em números muito superiores, totalizando 1,74 bilhão e 1,81 bilhão, respectivamente.
O Paradeiro da Maioria das Notas de R$ 200
O Banco Central revela que encomendou 450 milhões de cédulas em 2020, mas cerca de 70% desse total (318 milhões) aguardam para entrar em circulação. Segundo a instituição, a distribuição está em conformidade com as expectativas, e mais notas serão liberadas conforme a demanda do mercado.
Por Que a Nota de R$ 200 Não Está Presente no Cotidiano?
A professora Paula Sauer, da FIA Business School, aponta três razões para a ausência da nota de R$ 200 no dia a dia:
- Fenômeno do “Entesouramento”
- As pessoas tendem a dar mais importância a uma nota de valor mais alto do que a várias notas de menor valor que representam a mesma quantia. O fenômeno do “entesouramento” leva os brasileiros a armazenarem a cédula de numeral mais alto, enquanto gastam facilmente as de valor nominal mais baixo.
- Criação do Pix
- Desde o anúncio da cédula de R$ 200 até hoje, o surgimento do Pix em 2021 revolucionou as transferências. Com o advento de métodos de pagamento mais eficientes, como o Pix, as transações sem papel-moeda se tornaram mais práticas e seguras.
- Inadequação da Nota para Pessoas com Deficiência Visual
- A nota de R$ 200 pode ser menos prática para pessoas com deficiência visual, contribuindo para sua baixa circulação.
O Futuro da Nota de R$ 200
O Banco Central afirma que a distribuição da nota de R$ 200 evoluirá de acordo com a demanda dos bancos, refletindo a preferência da população pelo uso da cédula. Ainda assim, o desafio é superar as mudanças nos padrões de pagamento e o fenômeno do “entesouramento”.
